domingo, agosto 21, 2005

Um exército de brasileiros para Bush


Não há realmente vida se quer indispensável. Mesmo que para uma guerra estúpida, onde um suspeita do outro e todos brincam de forte apache. Eu teria uma listinha à disposição com quase de tudo, já que as baratas resistem até a explosão de bomba H. Mas, com certeza, figurando no topo estariam os infernais vendedores de pamonha. Se existe uma classe que merece o total extermínio, ei-la!
Essas criaturas, que ninguém sabe se partem de Deus ou do Diabo, aparentemente não defendem causa política ou lutam por algum ideal.Vivem apenas para sacanear com a vida da humanidade, mas que ninguém sabe ou já foi catalogado ser esse um comportamento proposital ou se se cumpre algum ritual de sobrevivência da espécie.
É um tal de zoar na janela do pobre farrista, pleno domingo de manhã; apavorar velhinhas cardíacas nas esquinas e passar adiante uns bolinhos de mandioca azeda ou de milho (todos os ingredientes da pamonha são desconhecidos pela maior parte da humanidade). Tudo isso realizado a partir da omissão das autoridades de fiscalização sanitária, que há décadas, não tomam qualquer providência para, pelo menos, amenizar o problema enfrentado pela população brasileira, pois, pelo que se sabe, não há registro de atividade desse grupo em outros países.
Teorizo que a reprodução dos pamonheiros seja através de cissiparidade ou talvez como aquela dos gremlins. Não há explicação mais plausível, já que não é impossível encontrar indivíduos desse espécime em qualquer esquina das grandes cidades, pelo interior do país, munidos de sua indumentária waldicksoriana, circulando em carros de som (verdadeiras máquinas demoníacas) ou empurrando carrinhos com aquelas buzina à la Chacrinha.
Vencidos pelo cansaço e por não visualizarem uma forma de acabar com estas criaturas, os brasileiros parecem ter incorporado a figura do vendedor de pamonha a sua cultura. Não podemos deixar de admitir o apelo indigenista dos bolinhos cozidos na palha do milho, que revigoram nosso ufanismo e também atestam que são realmente gostosos, ainda que seja um preço alto a ser pago.
Quem nunca se aborreceu com a lobotômica expressão: "olha a pamonha, fresquinha, quem vai querer?" Que atire a primeira pedra. Mas quem conhece um pamonheiro, que o aliste para o exército de Bush.