terça-feira, agosto 16, 2005

A cura pelas mãos

[Hoje é mais um daqueles dias trágicos, mesmo. Tem muita gente morrendo nos meus bares, nas cidades que eu gosto ou comendo umas coisas estranhas. O que tem isso de trágico?]
Não lhes digo de robôs, embora só fale ficciosamente sobre os homens, as mulheres de verdade e os objetos no chão ou às têmporas. E daí que saia um tiro?
Desculpem não ter as bochechas rosadas ou um ramo de flores, um sorriso e a felicidade explícita nas letras. Não formulei nada, mas confio é na lei do caos: "uma parte é sempre a cópia fiel do todo". Não fui quem disse, mas é óbvio que compartilho. Meus dentes só enfeitam o espaço quando vou ao dentista.
Tudo bem. Nem assim lhe tenho raiva. Suporto você que tão bem me admite. Só que paremos por ai. Estou com dor de dente e tendinite, não rezo pra nada, mas tive que arrancar a fitinha do senhor do bonfim do punho. Eu sugeriria paletó, gravata, um café simples, pouco açúcar. Nada de açúcar. Eu tô com dor de dente, já disse.
Vou lá naquele texto que me diz de uma valsa vienense, talvez tire Riga pra dançar. Estou sem fome, mulher me dá é sede. Uma champagne, por favor!
Esse é o Eugênio. Persegue-me à noite, não me deixa dormir. Tem sempre umador nos importunando, ainda que seja nele. A cura é sempre um labirinto.Teria que procurar, falta paciência. Um dia, quem sabe, alguém me livre dele. Cadê os tostões para este serviço??? Teria que ser algo profissional, magnífico.
Não quero mais essa pessoa na minha cabeça rodando e rodando, não vou ressuscitar a Riga, ela que decidiu morrer, foi covarde ou também já não o suportava mais.
Alguém ai para tira-lo de mim?? Eu é que sinto todas as dores. Ele entra tão bem na minha cabeça, descreve todas as sensações, obriga meus lábios ao uísque, que detesto e fala de todas as traições, das decepções. Saco!!Chega!!