sábado, agosto 13, 2005

MEU TEMPO É UMA NÊSPERA
Doce.
Só posso dizer do tempo que tive:
Amei quem quis, ainda que sem saber direito lá o que é e era o amor.
Ao tempo não se suplanta qualquer palavra, mas eis que se cala ao sabor de um beijo.
Por isso mesmo meu tempo é uma nêspera:
Às vezes gosto
Outras tantas, enjôo.
Mata a sede e subjuga a ansiedade.
Não gosto tanto da fruta.
Pior são as horas que passo, aqui, tão só.
São quatro paredes num planeta redondo.
Quando tudo deveria girar e girar, ainda está parado.
E agora esta mordida doce, uma maçã de rosto, uns lábios rosáceos.
Esperam que o tempo seja mesmo como a nêspera anunciada:
Doce.