Só um ponto de continuação
Bom, neste domingo eu encerro a primeira fase de entrevistas com bandas novas aqui no blog. As portas não vão se fechar, quem estiver iniciando banda deve continuar o contato
aqui, mas vou dar um tempo pra poder também pôr adiante outros projetos, coisas que me estimulam muito e acredito que serão gratas surpresas a quem acompanha minhas paradinhas bloggerianas.
Bandas, continuem fazendo trabalhos legais e circulando oxigênio na cena de Rock Soteropolitana. Agradeço a todos que participaram nesse ciclo: a quem divulgou; a cada membro de banda participante e às citadas, à mídia alternativa que é também parceira como: as rádios, os flogs, as comunidades do orkut e a liga de blogs-irmãos (rockloco, clashcityrockers, elcabong, musiknonstop, quatroacordes, turminhadoramon...); a quem elogiou, meteu o pau e sabem, agradeço até a presença dos anônimos...
A banda que fecha essa etapa das entrevista é a Weise que está aqui pelo mesmo motivo que todas as outras: eu curti pra caralho! Espero que todo mundo possa partilhar da mesma opinião, porque o trio de meninos tá mesmo no comecinho. Vamos ver o que a Weise tem a nos contar:
Paulo, Vitor e Leonardo - foto de Betânia Barreto e arte de Paulo Diniz
Miwky - Digam ai: o que é Weise, como se pronuncia e como foi montar a banda?
Paulo - Rapaz, esse nome é uma história estranha. Mas resumindo: ele vem do alemão e significa tanto caminho quanto jeito, assim como "way", do inglês. A gente não sabe ao certo pronunciá-la, é meio estranho, então deixamos que seja como se lê. Pelo menos, é assim que nós chamamos: "uêise", mas não tem muito problema caso chamem de "uaise" ou "veise", eu acho.
Miwky - Vocês poder-se-iam apresentar ai, dizer qual instrumento tocam, idade e se já tiveram ou estão em aula deles, se tocaram em outras bandas...
Vítor - Como cheguei à banda depois, não tenho muito a falar sobre como a banda se formou. Eles me convidaram pra tocar baixo e eu aceitei. Eu nunca tomei aula de baixo, só de violão mesmo. Tenho 15 anos.
Leonardo - Sou Leonardo toco bateria/guitarra/voz, tenho 20 anos e sou autoditata. Já toquei na banda Anima por alguns anos. Então, em relação a montar banda, acho que foi difícil porque não conseguíamos achar pessoas que se identificassem com nosso som e mantê-la com poucas pessoas é bem complicado.
Paulo - Tenho 19 anos. Eu tomo aulas casuais com amigos. Sempre aprendi os instrumentos que toco dessa forma, também toco guitarra e bateria na banda... Ah, e canto! Eu e Paulo já tínhamos uma ligação musical, já críavamos juntos e até tinhamos uma outra banda: Anima.
Miwky - Sim, então, sendo tão novos como chegaram ao Rock?? Acompanham o Rock da cidade?
Vítor - Eu cheguei por influência desses dois ai, mesmo. Nem curtia muito e talz, mas aos poucos fui passando a conversar mais sobre isso com eles: foram apresentando para mim as bandas e ajudando a ter essas influências musicais.
Paulo - Eu acho que cheguei ao Rock do mesmo jeito que cheguei à música e à poesia: uma mistura de necessidades e motivações que me levaram a tocar Rock. Mas acho que o Rock ou a música que faço seja muito mais meu do que eu seja "do Rock"... heheheheh!
Leonardo - Cheguei ao Rock por Paulo que me chamou pra assistir um show (Coquetel Molotov e Pato Rocko) há anos atrás e depois desse dia, sempre que possível, vou aos shows.
Miwky - E da cena o que vocês curtem de Rock local, nacional ou gringo?
Vítor - Pelos shows que eu já vi por aqui de bandas undergrounds, não curto muitas, não. Até porque eu não conheço tantas assim, as que eu gosto são: Pato Rocko, Costeletas de Fogo, The Honkers... E internacionais... Posso dizer até que pelo que conheço de bandas, a maioria com certeza é internacional. As que cito são: Foo Fighters, Nirvana, Green Day, Radiohead, System of a Down, At the drive in, etc. Nacional eu curto muito : Los hermanos, Noção de Nada, Dead Fish e etc...
Leonardo - Somos apaixonados pela banda The Honkers e tentamos até fazer cover deles. Gostaríamos de tocar algum dia com esta banda. Existem também algumas bandas daqui que deixam meus olhos brilhando como Gabolice, Pato Rocko, Costeletas de Fogo. Recentemente ouvi Theatro de Séraphin pela tramavitual e gostei muito. Nacionais gosto de Los Hermanos, Cólera, por exemplo. Das gringas eu curto: Leadbelly, Black Flag, David Bowie, Sonic Youth, Velvet Underground, Hot Hot Heat, Bob Marley, Nirvana, Pixies, Radiohead e outras...
Paulo - Posso citar algumas bandas do underground daqui que curto e que são também amigos meus: Honkers, Capitalixo, Escato, Pato Rocko, Matiz. Das que não conheço pessoalmente posso citar: Game Over Riverside e Pessoas Invisíveis. Das internacionais quase todas que citaram eu escuto, exceto Green Day.
Leonardo - Esqueceu uma: Weise!
Paulo - E isso lá é banda??
Miwky - Vamos falar do som da banda: é Rock, mas Rock de que tipo??
Paulo - Do tipo que... tá ligado? Haiuheiuaheiuae!! É, eu acho que nem dá pra responder, mesmo...
Vítor - Pergunta sem resposta.
Leonardo - Do que é impossível definir.
Miwky - Sei, se me autorizam,vou aproximar a Weise da Arctic Monkeys porque também eles são sub-20... Então, querem ser um hype?
Paulo - (risos!) Não gosto muito dessa banda, mas se é pra classificar pela idade, pode! Mas deixa esse negócio de hype pra lá, eu quero ser hippie, fugir desse marasmo... A gente não poderia ser hype pelo simples fato de sermos "unhypeable, inhypável" ou algo assim. O que quero dizer é que não dá pra gostar da gente fácil assim...
Miwky - Por que não dá pra gostar da Weise fácil assim??
Paulo - Essa foi difícil... Às vezes, acho que é porque somos ruins mesmo, mas quando minha auto-estima dá uma melhorada eu fico achando que somo difíceis e só. Um som difícil de ouvir, idéias difíceis de aceitar ou pessoas chatas criando... Principalmente "pessoas chatas criando." Hehehe!!! Na verdade, acho que tivemos que aprender a confiar em nós porque somos nós mesmos e não pela contribuição motivadora das pessoas. É uma força muito interna que nos faz não parar.
Miwky - E como vocês vão lidar com a coisa de fazer shows, formar público, divulgar a banda, etc???
Paulo - Não somos chatos ao ponto de renegar público, se foi isso que ficou parecendo. Hehehhehhehe! Nós estamos correndo atrás de um espaço pra gente, nós queremos muito que tenha gente ouvindo nossa música, mas cultivando o que criamos dentro de sí e não colocando o que tiramos de nossas entranhas como peça pra enfeitar sala de estar.
Vítor - Nós não fazemos shows constantemente porque não temos muita oportunidade também e estamos tentando, tipo: ''quebrar'' isso, procurando organizar shows como o do dia 1º de julho com, até agora confirmadas, duas bandas: Gabolice e Game Over Riverside. No Café Calypso. Tá convidada você também.
Leonardo - Estamos tentando fazer (organizar) shows. Bandas que estão começando sofrem com isso, é muito dificil também em relação à divulgação, mas estamos aproveitando os meios virtuais e os amigos.
Paulo - Temos uma página na Trama Virtual com 4 músicas de nossa mais recente gravação. Estamos tentando lançar um cd com todas as 8 músicas da gravaçao nesse show do dia 1º.
Leonardo - Temos ainda o Myspace e fotolog.