Naquela Nave um dj salvou a minha vida

19 de maio, dia de Nave na Boomerangue. Era também aniversário de Letícia, comemoração de dois anos de "Naveatividade" e ainda tinha o fato de dois djs de fora também se apresentarem como motivos fortes para eu sair de casa, mesmo estando um tanto doente . Mas o Lúcio Ribeiro nem deu as caras. A produção da festa não conseguiu encontrá-lo no aeroporto, aliás, nem tinham certeza se ele realmente embarcara. Portanto, vamos a breves relatos das ações de todos os dj da noite:

Nilmahal= Também conhecida na noite Rocker de Salvador como Nilma Pizza. Quando eu entro na Boomerangue, cerca das 23 horas, ouço "Head On" com Pixies, pensei: promete!

Já falei aqui muito bem dela como dj, mas sabe, neste noite, por diversas vezes eu me empolgava com músicas de sua seleção para logo em seguida broxar. Fora que ela parecia atrapalhada com o equipamento. E foi a primeira da noite a dar ao rock baiano a possibilidade de combinar com uma pista de dança: tascou uma musicaça da Vinil 69, bem ali, na cara de Leandro (vocalista da Vinil) e deixou a peteca cair depois despachando uma do Ultraje A Rigor.

Tchiello K= Esse veio de Sampa e lá no segundo piso mandava as piores músicas de toda a festa. Pessoas como Tchiello é que reforçam a má fama da produção musical dos anos 80. Acho que ele se deu melhor tirando fotos e paquerando as meninas do que propriamente como dj. Uma pena.

Janocide = Me fez sacar qual é a da Nave. Nesta festa não importa muito a música que tá rolando pra dançar, o importante é todo mundo dançar cantando junto. Por isso é sucesso entre a moçada. O que de rock você ouve como background nas propagandas da Claro, Peugeot etc... Tá no set de Jan! E realmente, de longe você saca o coro insandecido. O melhor destaque pra mim, foi também uma sequência matadora de rock made in Bahia postada na pista: The dead billies, Retrofoguetes, Ronei Jorge e os Ladrões de Bicicleta, Brinde soando e a galera (inclusive eu) correspondendo com quadris, acompanhamento afinado e gritinhos histéricos. Falando nisso, dê um saque nessa comunidade do orkut.

Ramon Prates = Foi na pista desse cara que eu mais me diverti. Aliás, não só eu. Rolou uma espécie de transe coletivo na sequência "Madonna" da seleção de Ramon, só pode! Como explicar aquela aura libidinosa? As pessoas não se beijavam e agarravam mais aos pares. Era aos trios, quartetos, quintetos; homo, hetero, bi e pansexual... Ah, ele também estava distribuindo docinhos e balas pra massa, será então que o nível de açúcar explica toda a volúpia das pessoas que se esfregavam, se expremiam e até dançavam? Isso fora todas as outras insanidades que apenas presenciei e sobrevivi pra contar aqui. Definitivamente um set que não combina com mesmice. O cantor Otto apareceu e se lhe perguntarem, talvez ele relate abobalhado tudo que presenciou lá do mezzanino. Parabéns, Ramon! É uma menção a você o título dessa postagem.

Dj el Cabong = Parabéns, seu set fez dois anos! Lembro a época que as pessoas imploravam por uma música ou outra e você negava e de como isso imprimia personalidade ao trabalho. Sábado, até pra turma Otto / Radiola e groupies rolou satisfação plena. Minha vez foi lá pras 6 da manhã, é a hora que eu devo chegar às próximas edições da Nave, se não for pra cobrir o evento. Foi também o momento que a fila do caixa da Boomerangue começou a se formar, porque embora tenha muitas músicas pra cantar junto (Arcade Fire, Smiths), tem muita coisa louca que ninguém sabe ao certo como acompanhar.

Saldo: Sair às 7 da matina de uma festa é bem agradável, aliás, como bem me disse um presente: "... melhor ter uma Nave assim, que não ter." Além do mais, a maioria das pessoas que estavam lá, realmente se divertiu. Acho que também acaba sendo positivo pra casa com suas dependência lotadas e o nome ressoando além das fronteiras da cidade. Tive meus momento, só esqueci de dizer que passei boa parte do tempo sentada sobre uma caixa de som.