quarta-feira, abril 18, 2007

Cobertura: Bad Religion!


Desta vez, Reni, outro correspondente do blog em terra são-paulinas, nos conta como foi ver o show da lendária, polêmica banda Bad Religion.... Desde já, agradeço a "brodagem".

Acompanhem!



BAD RELIGION
Credicard Hall - SP
Sábado 14/04/07
Como sempre chegando atrasado ao show. Atrasado, mas pontual para ver um grupo de garotos de preto: um se orgulhando em virar duas garrafas de vodka na boca, ao mesmo tempo, enquanto o amigo do lado rodava para dar um jato de vômito no ar. Ainda bem que existe isso, para diferenciar um pouco dos shows de Brian Adams e Chiclete com Banana que aconteceram semanas antes no mesmo lugar.
Já na fila, logo atrás do meu amigo Ivan, estava o vocalista do CPM22. Não sei porque, mas gostei disso: ver o cara na fila também para comprar um ingresso. Tudo bem que ele comprou camarote, mas who cares? Eu queria era estar lá no bolo doido mesmo.
Dito e certo.
Quando entramos, já estava no meio de "American Jesus". Houve então aquele primeiro impacto, ver Greg Graffin, ali, há poucos metros, vestindo sua camisa social apertada e sua calvície de cientista (sim, ele é Mestre em Geologia e PhD em Biologia Evolutiva). Mais cedo eu já havia me certificado de como o cara é bom como cientista, num dos melhores textos sobre Punk que eu já li em minha vida:http://web.sercomtel.com.br/badreligion/Textos/A%20Punk%20Manifest%20-%20Portugues.html. Naquele momento estava vendo-o como bom vocalista de umas das bandas mais influentes do Punk pós-70.
Esse meu pensamento idiota foi logo interrompido por suas palavras: "...this is called 21st". Estava esperando e veio logo como a segundona. Lindo! E daí pra frente foi uma sequência de hits: "No Control", "Recipe for Hate", "Supersonic", "Let Them Eat War", "Infected", "Los Angeles is Burning"... Com todo mundo cantando, desde os moleques até os trintões (pelo menos não me senti só).
Na hora de "Sorrow" tinha muita gente quase chorando. Acho que foi o show que mais vi garotas. Muitas no meio das rodas. Mais lindo ainda! "Generator" foi outra hora para eu me fuder no meio dos grandões que estavam perto deste baiano esmilingüido. No bis, mandou a tão esperada "Fuck Armaggedon". Música do cacete!
Nesta noite eu vi como o Punk tem sua ancestralidade tribal. Os caras davam-se as mãos, criavam a roda, iam empurrando todo mundo para trás, criaram um círculo gigante e depois ficavam correndo ao redor do vácuo, até a banda tocar seus riffs mais hardcore; todo mundo invadia o nada, no centro da roda e formava-se um corpo só. Isso é tribal. Isso é animal. Isso é humano. Isso é Punk. Isso é Bad Religion.
Reni Oliveira, vive como ex-vocalista das bandas camaçarienses: A Fábrica e Anemia, e nas horas vagas faz uns bicos como Contador em São Paulo só pra ter grana pra consumir rock.