segunda-feira, março 19, 2007

O que também aconteceu no fim de semana


Sexta

O lance foi correr pro Porto da Barra e pegar o show gratuito da Formidável Família Musical pelo Projeto Música no Porto. Evento iniciado por volta das 17 horas, com discotecagem dos djs Maíra e Mário Sartorello, o Rádio Porto. Ouvi o finalzinho de longe, de lá das proximidades do Hospital Espanhol.

18 horas pontualmente e tem início o show da FFM ao poer do sol e enfrentando alguns probleminhas técnicos, o som do baixo não ressoa de jeito algum. Observo que a praia não está tão cheia quanto noutras edições, mas avalio que baiano não está acostumado a chegar cedo nos lugares, que o público não acredita muito em pontualidade, essas coisas... Realmente, mais para meado do show começou a juntar gente: pessoas muito empolgadas com as canções da banda, gente que até se atirou ao mar tamanha euforia; provavelmente também por conta do encerrar do expediente nos escritórios, mas o quinteto formidável ainda atravessava os problemas técnicos, não fosse a energia da banda e o público afim, não sei, não...!




Esta foi a segunda apresentação da banda com a nova formação: Vitor Brasil (bateria), Vitinho (baixo), Jorge Solovera (guitarra), Tadeu Mascarenhas (teclado e soprofone) e o vocalista Damm e eles aproveitaram para soar "a linda melodia solta por" lá , inclusive testando as novas músicas e tocando covers.

A Formidável Família Músical ainda promete muitas novidades para este ano e certamente agradará aos fãs fiés: apresentações todas as quintas do mês de abril na Boomerangue; depois de contactarem muitas produtoras musicais da cidade, ao que tudo indica vai fechar contrato com uma das maiores e ainda lançar o cd. Vamos aguardar!

Quem chegou tarde à penúltima sexta-feira do Música no Porto ainda pôde se deliciar com dois bis solicitados pela apresentadora da festa (?). Estava programada ainda apresentação da cantora Márcia Short, prometendo um repertório de muita Mpb. Não sei se rolou ou como foi, porque show de divas da Axé Music são demais pra minha santidade. Sexta-feira que vem será a vez de Mariella Santiago e a banda Cegueira de Nó pra encerrar o projeto. Lembre-se de chegar cedo!


Sábado

Fui à Boomerangue para curtir a edição mensal da Nave, festa de djs que não ia há tempos. Já à porta enfrento uma fila monstra, era o controle dos donos da casa para evitar a presença ilegal de menores e não é que muitos deles apareceram, implorando pra entrar de qualquer maneira? Muita gente reclamava da fila, outros levavam a questão com bom humor, inclusive sugeriam uma Nave paralela à festa de lá de dentro e com direito a serviço de bar mais em conta na "Fila Nave". Só rindo mesmo, porque estávamos ali por diversão.

Não foi muito engraçado só conseguir entrar no finalzinho do set da estreante da noite, Dj AnaP. Do que escutei era um misto esquizo: coisas de rock, funk e eletromusic; melhor sorte da próxima vez, pelo menos um horário melhor.



Também era a noite de uma convidada, dj artista Érika, ex-Penélope (atual Lafayette e os Tremendões e Érika Martins e os Telecats). Seu set ia de música fofinha bem dançante (eu ouvi Shampoo!) à megahits da música alternativa mundial 2005, 2006 e 2007.



As Djs Neechee e Lecher que prometiam uma disputa não poderiam ser mais afinadas: visual idêntico e set bem similar, sons também parecidos com o de Érika, ou seja, não provocaram nenhum hematoma.


Do Dj Janocide não há muito o que falar, quando fui dar um saque no som de suas pickups rolava uma música de Cansei de Ser Sexy, que para mim soa a canção para quem tem baixo apuro mental proposital.



Dai desci e voltei a acompanhar o melhor set da noite (não apenas minha opinião), Dj Gabi botava as suas, minhas, nossas indieces e provocava os tais passinhos desengonçados - destaque para uma interpretação a lá Flashdance para a música Disco 2000 do Pulp encenada por boa parte da redação do caderno Dez! do A Tarde (muito engraçado, arrancou-me gargalhandas, diversão extra.), gritinhos e aplausos dos poucos presentes na sua pista. Não fossem as barbeiragens técnicas e House of Love ter expulsado muita gente de lá, teria sido perfeito e popular (sic!), acredito!



Deu 5:00 horas e eu já não aguentava mais dançar, valeu também a segunda discotecagem de Elcabong. Imagine ai ter um Ian McCulloch pra ser dançado?? Insano.

Boa da Boomerangue: ar condicionado que funciona em festa que qualquer mortal penaria de calor e cerva com preço mais baixo, cerca de R$ 3,95. Alguém ai ainda sente falta do Miss Modular???


Domingo

O Projeto Não Largo da Soledade levado adiante naquela praça da Lapinha com música e poesia de graça para crianças, jovens e maduros de todas as idades. Na edição do domingo ficou a cargo das bandas Rosa de Fogo, Aceleratriz e Starla proporcionar prazer e nos livrar do tédio dominical.

Rosa de Fogo é um quinteto da região ali da Liberdade, vocal feminino e pegada a lá Guns and Roses o que inclusive não fazem nenhuma questão de esconder. Mandaram até duas covers dela num inglês sofrível e com a aparelhagem de som merecendo muitos ajustes.
A garota tem um vocal bonito, ainda que verde, pareceu uma sub-nancyta e foi muito poser, desagradavelmente poser. O que mais curti foi a vontade e satisfação que a banda demonstrou em estar ali, tocando para aquele público diverso, coisa bem rara nos rock de hoje.

Dai, um tempo pra Aceleratriz se ajustar ao palco e o poeta da praça James Martins manda das sua poesias, das de seus poetas favoritos e agrada. Ele tem uma referência na poesia moderna concreta, apesar de curtir muito Augusto dos Anjos e de ter o meio feminino (erótico) como maior e explícita inspiração.

Aceleratriz é a banda de um ex-Irmão da Bailarina. São seis pessoas no palco, incluindo um vocal feminino e também um homem cantando. Não consigo ouvir nada que a moça canta. Apesar dos equipamentos técnicos serem agora melhor explorados (mais não ainda a contento), a voz dela assemelha-se a de uma criança. Enfim, ela chama mais atenção pelo visual sub-pitty e o outro vocalista ocupa-se muito em destilar covers do que propriamente em interpretações.

A Starla agradou muito. Colhi depoimento do público e todos me disseram como foi muito bom ter uma banda como aquela, lá. A praça já não estava mais cheia, mas a cada canção as pessoas se esforçavam para acompanhar, dançar ou se identificar de alguma outra forma. Ficou mais fácil quando do cover de Fagner, ouvi até um tímido côro.


O melhor do projeto: ser de graça e produzir aquelas reações mais simples e honestas.

O ruim no projeto: não começar no horário e os chatos bêbados da praça.

* foto da Formidável Família Musical feita por Nina Bamberg e gentilmente cedida. Imagens da festa Nave por NIlma Cris.