Das últimas festas
Sábado, 03/03!
FESTIVAL UNIÃO ROCK INDEPENDENTE; com: Manollos, Declinium, Afã, Theo e os irmãos da bailarina; Casa MUV - Campo da Pólvora. Este espaço quer se firmar como um local de cultura, onde se possa promova debates, exibição de filmes, formatar uma biblioteca comunitária e outras instalações artísticas para não deixar a coisa girar apenas no consumo de música.
O festival estava marcado para às 17 horas e lá estava eu, às 17:01 sendo uma das primeiras pessoas a chegar, nem as bandas se fizeram presente no horário. Eu sei, tem gente que acha normal atraso, eu só acho repreensível por causa do descaso com quem sai de qualquer parte da cidade pra ver uma banda de rock que gosta, imagina conhecer o que há de novo no rock independente... Parece pedir muito, não?
Theo E os Irmãos da Bailarina mostrando todo o carisma na Casa Muv - foto por Laryne De qualquer sorte, quem abre a noite (já contava perto das 19 hs quando tudo começa) é a vigorosa Theo e os Irmãos da Bailarina, fazendo aquele show singular. Goste ou não do som, não há como não se deixar encantar pelo vocal e o carsima de Theo Filho, que naquela noite recebeu elogios até de pessoas mais afeitas ao hardcore, grunge... Enfim, acho que Theo e os Irmãos da Bailarina apressam-se positivamente ao caminho da unanimidade, ou pelo menos, tá quase. Nota importante é a plena adaptação do novo baixista à banda.
A habitual chata troca de palco feita e quem dá às caras é a dona da festa: Manollos - faz um show de morno para frio, não conseguiu nem levar público, aliás, acho que nem houveram pagantes aquela noite. O que me chama mais a atenção é a falta de identidade musical do quarteto, de repente eles passeiam pela música grunge, noutros momentos soam como new metal e quem diria, até uma mal disfarçada sonoridade em MPB. Convenço-me de que eles fizeram um show mais perdidos do que eu tentando entendê-los.
Os fãs da música soturna, depressiva da Declinium tiveram que ter paciência até o quarteto de Dias D'Ávila subir ao palco e mostrar como é gostoso fazer soar tristeza em português. Apesar das referências calcadas no som de bandas como Cure, Joy Division e Jesus and Mary Chain (evocados no refrão de Just Like Honey), as músicas falam de não estar adaptado, principalmente ao clima e a alegria de nosso sítio tropical.
Fofo, Jair, Oreah e Dimmy acordaram cedo para ensaiar este show, depois rumaram pro Estúdio Vértice onde finalizam o cd aos cuidados de Jera Cravo (Lou, ex-Automata) e só então puderam baixar nos domínios da Casa Muv. Mesmo já bem cansada pude curtir um alento de show até o seu término.
Estava com muita vontade de ir embora, mas queria sacar o som da banda Afã. Já haviam falado dela há tempos, anunciei alguns shows aqui no blog, mas ainda não obtivera oportunidade de escutá-la antes. E quase não seria dessa vez, porque minha política de shows em atraso agora será a de boicotar a última banda, seja lá a atração que for.
Podia ficar para umas duas músicas, acabei ficando pra quase todo show. Afã é um trio de meninos bem novos, bons músicos, com uma forte influência de college rock, para mim também se assemelhou muito ao Death Cab for Cutie. Preciso ver outra apresentação e só então proclamar uma idéia mais segura da Afã. Por ora, eu gosto!
Domingo, 04/03!
Primeira noite do Projeto Gira Independente em 2007 trazendo do Mato Grosso a banda de folk rock Vanguart. Evento iniciado às 20 horas de um domingo, no Clube Boomerangue e tendo na sua grade a banda Starla, Ronei Jorge & os Ladrões de Bicicleta e o Dj el Cabong.
A Starla fez bonito. Não sei se quem acompanha este blog lembra de quando citei um show que a banda parecia não combinar com o vocalista (e vice-versa), mas de jeito algum foi maldade de minha parte, aliás, soube reconhecer o talento de ambos, em separado. Como o som da Boomerangue é alto e de uma qualidade superior ao das outras oportunidades em que escutei a Starla, pude perceber o porque de achar um como sendo o lado quadrado e o outro redondo num encaixe.
O vocalista Ricardo longo dá notas muito altas e um técnico de som desatento acaba prejudicando o som de toda a banda. É como se a Starla necessitasse de um desses especialistas especificamente pra cuidar da voz e outro pra todo o resto da banda. Na Boomerangue o som ficou redondo, ainda que vez ou outra notássemos este destaque.
O set list estava bem escolhido, mesmo recheado de músicas de outros artistas. Curti muito a banda, fizeram sem dúvida um excelente aquecimento para o que estava por vir.
A noite intensa da StarlaEnquanto Ronei Jorge e a trupe de ladrões se ajeitava detrás das cortinas no palco, o público que se somava mais curtia a refrigeração da casa ao som do dj el Cabong. Para mim teve altos e baixos. E pensar que um dia ele fora o meu dj predileto...
Banda arrumadinha e cortinas separadas, Aquela Dança, single novo da RJLB embala o público que dançou e cantou muitas das outras músicas, mas é confessável que todos enrolamos com as canções do repertório novo. Dai alguém me sopra que o carisma de Ronei é maior que a sua voz, eu concordo! A banda tá ai fazendo seguidores e ainda assim divertindo muita gente.
Ronei Jorge, da RJLB
Mais dj el Cabong, do mezzanino conto 8 pessoas dançando na pista, a maioria aproveita pra beber um pouco. Qume tá ali nem achou caro os ingressos a R$ 15,00, principalmente porque a noite estava valendo cada centavo: aquela estrutura, as atrações, o ambiente. Porém consumir na casa é o que tem dificultado uma amplitude de seu público de rock.
Vanguart mostrando porque tinha que vir a Salvador
Bem tarde, acho que por volta das 22 hs sobe ao palco a banda mais aguardada. Já havia corrido daqui para Vitória da Conquista pegar o show da Vanguart naquela Tour Independente bancada pela Mtv, que deixou Salvador de fora. Naquela oportunidade falei apenas positivamente desta atração, porque havia realmente poucos retoques ou observações a fazer.
Apesar dos problemas técnicos com o tecladista, da pouca relação anterior com o público soteropolitano e das encenações "sem-noção" de algumas figuras da noite, a banda se revelou muito a fim de estar naquele palco: Hélio Flanders destilando simpatia, a Vanguart executando covers de Bob Dylan, Beatles entre outros artistas que agradavam muito. Por vezes cheguei a indagar se estava mesmo numa festa rock, tamanha comunhão entre banda e público como na versão para Baby (Caetano Veloso) entoada aos berros e na intensa intimidade que Hélio ia estabelecendo com o público de Salvador.
6 Comments:
tirando a musica fagner eu queria mto saber quais musicas que a starla cantou que nao era dela? pq ateh julia e flavia (que na Soma era Jules & Agnes) eh uma adapatacao e foi "doada" pelo pessoal da soma... antes de escrever besteira, miwky, vc deveria se informar.
Valeu Miwky!
Não pude comparecer a estes ultimos shows, mas deu pra sentir a essências das 2 noites através dos seus comentários!
PS: A propósito concordo com vc quanto ao atraso das bandas! Acredito que isso seja um dos limitadores de publico de algumas casas como o Calypso...que anunciava show às 22h e só começa à 1 da manhã...quem trabalha se fode nesses casos!
Fora isso, grande abraço e continue fazendo este blog :)
ticiana, falei exatamente o que a starla falou no palco. eles não disseram que a música foi doada, disseram que a música era da soma. josh inclusive estava lá. e como o show foi curto, a palavra recheada, no texto, se aplica.
**********************************
Valeu, Lívia! Partilho muito dessa opinião. Pior que as bandas reclamam que o público chega tarde e o público chega tarde pq a banda atrasa. Parece um círculo vicioso, né? De minha parte já sei como quebrá-lo.
se de 7 musicas, 2 nao sao proprias e isso voce classifica como recheada, eu soh lamento por voce...
Vc realmente não gosta de Ronei Jorge... sempre arruma algum defeito hem? Eu, q só vi metade do show, achei perfeito... as músicas novas são foda, melhores q as antigas até.
ticiana, pode lamentar à vontade. aliás, cada um se ocupa com o que pode. não se preocupe, não vou lamentar por vc.
*********************************
oxe, jv! onde foi que eu vi defeito em ronei??
é uma banda que eu adoro.
Ronei até me perguntou, na referida noite, se a galera da net já me deixou em paz. parece que ele lê o que comento da banda dele aqui (ou de alguma outra maneira fica sabendo) e não se ofende como os seus fãs, em geral.
respondi que não tem importância, que não surte efeito e que muitas vezes gosto das fundamentadas opiniões em contrário, mas fico feliz por ele, que consegue entender.
sim, as músicas novas são muito boas tb, mas quando a gente (público) não conhece a letra enrola pra cantar junto, não é verdade??
Postar um comentário
<< Home