terça-feira, novembro 21, 2006

Cobertura: Cascadura na Outs






E o nosso correspondente habitué, Maneco Magnésio passa o relato de um dos shows da cascadura por Sampa, diretamente da Outs. As fotos são de Carlos Henrique Kato Alonso Escobar e aos dois eu agradeço imensamente o deleite!

Segue:

Cascadura, lançamento do Bogary – Outs, 10.11.2006



É minha gente, o tempo passa, passa rápido e sem piedade! 15 anos de estrada é muita coisa pra uma banda independente. Depois de alguns discos lançados a banda tende a mudar o seu foco, a sua forma de agir no mercado, e principalmente o seu som. Isso eu fui conferir na Outs, sexta do dia 10 de Novembro: o novo Cascadura.

Engraçado notar, uma banda que tem 4 discos muito bons, bem produzidos, com boas e bem executadas composições fica à margem durante todo esse tempo, completamente esquecida pela grande mídia e ainda assim sobrevive na independência com vigor, com expressão. Mais engraçado é que após tantos anos o Cascadura figura entre as grandes bandas independentes nacionais do momento e ainda lançou pela revista Outracoisa um grande disco, Bogary, produzido por André T (muito bem produzido), expressivo, com boas letras e melodias muito fortes. Foi por conta de toda essa história e do lançamento do Bogary que eu estava meio ansioso pra ver o que ia encontrar na Outs.

Encontrei um Cascadura reformado e coeso, com peso e entrosamento. Me impressionou um pouco, porque junto com o Dead Billies o Cascadura era uma das bandas mais entrosadas que eu havia visto em Salvador. Tinha imaginado, que, com tantas mudanças de formação, a coisa poderia ter desandado, mas para minha surpresa a banda está, tão ou mais coesa do que antes, não deixa nada a desejar às formações anteriores.

Abriram com "12 de Outubro", acompanhados de um belo côro da platéia, não à toa, já que esta é uma das faixas mais fortes do Bogary. Deram sequência com "Senhor das Moscas" e Centro do Universo" esta apresentada no programa Jô Soares, dia anterior e já devidamente videoclipada! Seguiram intercalando algumas do disco anterior, Vivendo em Grande Estilo e umas poucas das antigas.


Lá pelas tantas sobe ao palco uma celebridade da cena independente, Clemente, do Inocentes, figura da extinta cena punk paulistana e que levou no gogó e na guitarra "Até Quando Esperar", hit oitentista da Plebe Rude (ainda existe essa banda?). Empolgou quem curte a música, esperava que ele participasse tocando outra da Cascadura ou pelo menos uma dele, faria mais sentido!

O show continuou como deveria, mas eu sentia muito a falta das antigas e notei o mesmo por parte da platéia, que fez muitos pedidos e que não foram atendidos, principalmente: "Nicarágua", primeira faixa do #1, primeiro disco deles. Dificíl imaginar isso. Um show do Cascadura sem "Nicarágua"? É a "Satisfaction" deles!


Fizeram uma pausa pra rolar um bis e rolou! Voltaram com mais uma das recentes, nada de velharia. Fecharam com uma versão matadora de "Se Alguém o Ver Parado", cheia de solos e de embromations características de final de show e nada de Nicarágua! Realmente, eu que acompanho o Cascadura há muito tempo (um dos primeiros shows da minha vida com banda foi num festival de escola em que eles eram atração principal, festival de escola veja bem, isso faz muito tempo, muito mesmo!!!) e durante todo esse tempo eu nunca tinha visto um show deles sem Nicarágua e olha que eu já vi muitos.


Parece que eles estão mesmo afim de mudar o foco, o público-alvo e todas essas baboseiras que os marketeiros de plantão curtem soltar por ai. Eu acredito que os caras devem ter cansado de fazer rock setentista e partiram pra algo mais amplo. Não me parece nada tão programado, mas deve cansar mesmo passar a carreira inteira tocando as mesmas músicas! Os Stones que o digam!

Já estou tão acostumado a ver bandas tão boas quanto o Cascadura em palcos tão pequenos e com equipamento tão ruins quanto o da Outs, que nem faz mais sentido perguntar onde estão as majors nessa hora?

Devem estar contratando outro MopTop ou uma Tati Quebra Barraco da vida...

Maneco Magnésio – correspondente especial para momentos de difícil acesso visual e sonoro.

2 Comments:

Anonymous Anônimo said...

Pra constar: Não só o Plebe Rude ainda existe como o Clemente faz dela!

Acho massa essa postura da Cascadura da prioridade a fase nova da banda. Os caras fizeram dois putas cds, devem ter o maior tesão em tocar elas ao vivo. Mas fiquei na curiosidade: quem pede tais músicas é o povo baiano que está por aí?

Acho que o fator "experiencia" afasta a banda das majors. Afinal, elas - e a crítica também - estão atrás daquela banda nova que vai salvar o rock brasileiro, mundial. E o MopTop nem é tão ruim assim, mas acaba sendo vendido como a "grande revelação do rock nacional".

Esse ano no rock baiano não teve pra ninguém. Cascadura foi a banda do ano.

00:57  
Anonymous Anônimo said...

Sinceramente, acho q o Cascadura foi a grande banda no Brasil também, fizeram um discaço, o som agora tem muito mais personalidade, é mais a cara dos caras memso, nada de setentista e tal! mas eu gosto muito das músicas antigas também, não vejo pq dos caras não mesclarem as 2 fases, de leve, foca o repertorio nos últimos, principalmente no último, mas traz uam ou outra, eles ficam abolindo as antigas incomoda um pouco quem é fã antigo q vai lá afim de ouvir as véias!

Na boa, eu acho Clemente meio mala, sei da importancia dele pra a historia do punk rock nacional, mas tô meio cansado disso tb! Mas obrigado pela info sobre eles estar tocando na Plebe!

abraço,
maneco

12:56  

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