segunda-feira, outubro 22, 2007

Há alguns fins de semana, das festas que eu fui, destaco:


Quinta, 18/10 - Festa de 1 ano do Programa Encarte!

Podia ter dado tudo errado. Uma festa em dia de semana, com dia útil seguinte, um monte de banda a tocar, nem sempre se acredita no sucesso de um intento desses... Mas acontece que nada de melhor aconteceria naquela noite fora do segundo piso da casa de shows Boomerangue.

Era uma festa para comemorar o aniversário de uma grande idéia: um ano de músicas feitas nesta cidade, encapsuladas em 20 programas de formato audiovisual. O Programa Encarte teve horário na grade da Tv Salvador, continua disponível no You Tube. Seus idealizadores, Paloma e Renato Gaiarsa que até já foram entrevistados neste blog, nos brindaram com uma noite ótima em que o rock pôde ser vivido no volume máximo.

Com muita banda pra tocar ficou notório o burburinho e um corre-corre em torno do tempo de apresentação de cada uma. Eu não entendia tudo aquilo, mas bem, estou de férias, por mim aquela maravilha podia correr num ritmo mais lento mesmo ou as bandas poderiam fazer desfilar mais músicas. Vamos à ordem de apresentação:

Demoiselle - abriu a noite pontualmente às 21 horas, o que é muito bom. A casa já estava bem cheia, mas as pessoas ainda não haviam garantido lugar para ver o show. Vai ver que ninguém mesmo acredita em pontualidade, porque do show de Ivana e companhia não tenho nada do que reclamar. Agora a Demoiselle tem uma baixista e Flash assumiu uma guitarra. Ah, também era aniversário de Ivana, parabéns pra ela!

Stancia - sobe ao palco com outro vocalista, João paulo. A banda não é mal, aliás, tenho até melhores notas pra ela com essa nova formação. Showzinho de 20 minutos e poucas músicas não deu a deixa para eu sacar direito.

Starla - foi sem dúvida a banda que melhor aproveitou tempo em palco. Destilou suas composições e covers, aquele show habitual que goza de mais peso e coesão, desde a intervenção do produtor de seu disco, Luisão.

Formidável Maloca - seria um combinado das bandas Formidável Família Musical junto com Ênio e a Maloca, mas só apareceram Damm e Ênio em voz, violão e disposição de sobra pra mandar um show intercalando canções de suas bandas. Deu tempo de mandarem uma do Jeff Buckley e outra do Red Hot Chilli Peppers. Totalmente excelente.

Matiz e Capitão Parafina - essa junção foi responsável apenas por um cover do Pato Fu e as habituais palhaçadas de Capitão, sem comentários. A Matiz mandou algumas de suas músicas, acpompanhada de seu público sob o ritmo frenético da pressa para a próxima banda. Depois toda a banda Capitão Parafina e os Haoles subiram ao palco e além de mandarem poucas das suas, convocarem Mariana da Matiz pra cantar uma delas.

Pessoas Invisíveis e Vinil 69 - esse combinado apresentou o rock e não deixou dúvidas do que é incendiar um palco. Aparentemente as bandas têm sons bem distintos, porém acho que partilharem de alguns integrantes como Glauco e Deco ajudou muito para a perfeita interação.
As bandas foram sucedendo suas canções e também alegraram a massa revivendo Rolling Stones e Led Zeppelin. Ainda bem que eu vivi pra ver aquilo lá.

Os Irmãos da Bailarina - a banda gravou o Programa Encarte de nº 20, que é também o último dessa série de primeiro ano. Theo Filho tem a performance reverenciada pelos fãs, que estão lá na fila do gargarejo, trovando a plenos pulmões as canções da banda e se deliciando com o recital e não é que surge a poesia de Augusto dos Anjos no meio dessa história toda?

Game Over Riverside - o que poderia parecer improvável: uma banda surgida da cidade baixa, compondo e cantando em inglês se materializa no palco de uma forma intensa. Não segundo a minha opinião, mas já revelei aqui que observo e ouço as pessoas durante as apresentações e era o que eu escutava. Já tive oportunidade de escrever sobre essa banda de Sérgio (vocalista), Ricardo Cidade (baixo), Léo Cima (bateria) e nada menos que três guitarristas (John John, Leko e André Psyca) aqui no blog, mas acho que estão agora na sua melhor forma. Uma das últimas apresentações da noite e também grata surpresa para quem estava até aquela hora da madrugrada pela Boomerangue. O vocal intenso de Sérgio ainda me parece uma fusão de Ian Curtis (Joy Division) e Paul Banks (Interpol), por isso não deixa de me passar pela cabeça o padrão positivo da banda.

The Honkers - até a hora da apresentação da banda, Dimmy trampava na produção, mas quando assume as baquetas da Honkers ninguém espera menos que festa. Sempre digo que é uma banda completa, porque dela se pode tirar todo o entretenimento da noite. Além das músicas que podem aparecer com uma versão nova, contamos com a presença de palco de Rodrigo "Sputter" Chagas, o charme do baixista Thilindão e o falso ar de sério de Brust para compor o quarteto fantástico, imprevisível e explosivo. Não foi diferente nesta festa. Sábios Paloma e Renato que a puseram-na pra tocar por último. Ainda puderam contar com a intereção do público e com o acompanhamento de Sérgio e Léo Cima.

A Boomerangue estava decorada com fotos e também abrigou exposição de vinhetas dos diversos programas realizados pela dupla Paloma e Renato. O Programa Encarte contava com o auxílio de diversos artistas do rock e do meio audiovisual, mas seria importante a pre$ença mais incisiva de patrocinadores ou quem sabe um apoio de órgãos públicos para granatir a longevidade dele e a sustentabilidade dos idealizadores. É por esse caminho que este blog aposta em vários outros anos de Encarte. A cena musical agradeceria.

Domingo, 21/10 - Sambalada Eletrônica e Nação Zumbi, na Concha Acústica!

O trânsito infernal me impediu de chegar à Concha a tempo de ver a apresentação da banda Sambalada Eletrônica, resultado: ainda não sei o que é e como é o som dela. Mas eu gostaria muito de saber os critérios que estabelecem que determinada banda abrirá o show de outra.

Vamos ao que interessa: a Concha me pareceu bem mais cheia para este show da Nação que da outra vez em que dividiu o palco com a conterrânea Mombojó. Cheia não, estava lotada. Por isso comprar uma água, ir ao banheiro naquele domingo se transformava em verdadeira tarefa hercúlea.

Para apresentar seu mais novo disco, Fome de Tudo e manter viva na cabeça dos soteropolitanos a musicalidade advinda do movimento mangue beat, Du Peixe e Cia não apresentavam mais o visual mangue style, tampouco manipularam o característico sotaque pernambucano, a não ser aos momentos que convinha mostrar um espectro menos globalizado.
Isso é verificado nas letras e uma postura mais rock and roll, com um tanto de rebeldia e protesto. Ainda assim, acautelados a não incentivar a violência, como quando pediram comedimento nas danças da fila do gargarejo, a fim de preservar as mulheres dali.

Os hits da Nação Zumbi não faltaram, aliás, até a Thalma de Freitas, uma das vocalistas da Orquestra Imperial (que tá devendo um show na cidade) foi convocada para cantar e se esbaldar num deles. Com certeza a platéia reagia mais a esses momentos. Apesar de Fome de Tudo poder ser baixado na net, as músicas novas eram acompanhadas com leves balançares dos corpos.

E, nota: sem dúvida me causa estranheza Du Peixe atacar de dj no palco.