LO - FI
A banda da vez no rol de nossas entrevistas é a Berlinda. Com apenas dois shows de bagagem, mas não totalmente inexperientes o baixista Cebola (Tequilers), o guitarrista Batata (ex - Arsene Lupin) e Alex, o baterista me falaram sobre a cena, suas músicas e de como é estar na Berlinda. Por problemas técnicos, não pudemos contar com o vocalista André.
Miwky: Então, quero saber primeiro como tiveram a idéia de formar a Berlinda e como foi a junção deste quarteto?
Batata: A idéia partiu de minha vontade de fazer uma banda nova, pois tinha várias músicas minhas novas prontas e queria fazer algo novo, diferente da Arsene. Queria fazer rock, tava cansado de bossa nova e outras misturas. Sempre pensei em Cebola tocar baixo na banda, por ele ser um irmão para mim e ter gostos musicais parecidos, depois montamos a banda comigo fazendo as vozes e Dantas (atual Theatro de Seraphin) na batera.
Depois Dantas teve que sair e eu realmente vi que não sabia cantar porra nenhuma e que precisaríamos de uma voz, um vocal, dai fizemos testes com vários bateristas até chegar a Alex. E com relação ao vocal, foi menos estressante, pois fiz teste com apenas uma pessoa antes de André se ligar à banda.
Depois Dantas teve que sair e eu realmente vi que não sabia cantar porra nenhuma e que precisaríamos de uma voz, um vocal, dai fizemos testes com vários bateristas até chegar a Alex. E com relação ao vocal, foi menos estressante, pois fiz teste com apenas uma pessoa antes de André se ligar à banda.
Miwky: E da idéia da banda até o primeiro show? Digo, a banda ficou na estufa quanto tempo???
Batata: Desde o primeiro, primeirão ensaio até o show de estréia: um ano. Um ano de laboratório, com a formação atual e se preparando para o show uns 5 a 6 meses.
Alex: Mas comigo tem menos tempo. Quando entrei começamos a criar novos arranjos.
Batata: Justamente! Alex ajudou a criar novos conceitos para a banda.
Miwky: E como é o som da Berlinda?? Quais as influências musicais que cada um traz pra o som da banda???
Batata: O som pode ser definido como... Rock! Quanto às influências, as minhas são brincando de deus, Smiths, Pavement, Sex Pistols, Mercury Rev.
Alex: Eu era baterista de metal (crossover e doom metal) e estudava muito jazz e fusion, mas ouço muita coisa além de metal, muita coisa antiga. Na verdade o que me construiu como músico foi o Black Sabbath, Jimi Hendrix...
Batata: Eu também! Ouço muito hip hop. Rsrsrsrs!
Miwky: Eu também. Tô ouvindo Marvelettes aqui e vocês escutam o que ai, agora???
Batata: Eu estaria ouvindo o novo do Green Day e do Flaming Lips, mas tô sem som.
Alex: Estou ouvindo Vanila Fudge (????). Ah! Lembrei de uma influência importante minha que levo para a Berlinda. Uma banda chamada The Dreadfull Shadows (?????????).
Cebola: Influências: no baixo, Paul Mccartney, Paul Mccartney e... Paul Mccartney, nas composições: Byrds, Beatles, Big Star, Teenage Fanclub, Husker Dü... Essa galera das melodias
perfeitas...
Miwky: Quanto a isso, como é na Berlinda? Como são as composições de letra e melodia?? Autorias de...?? E do que elas falam??
Batata: As músicas até o momento foram compostas por mim e Sergio (Cebola) separadamente. As minhas composições abordam temas como drogas, amor, solidão, arrependimento, traição, nostalgia... Falo sobre cura também.
Cebola: Questões pessoais, questões existenciais, tento colocar leveza em questões pessoais, sentimentais...
Miwky: Tipo, é uma banda de auto-ajuda?? Rssss!
Batata: De certo ponto, sim!
Alex: kkk!
Cebola: Huahuahuahua auto-ajuda é phoda!!
Batata: Não conseguimos ajudar nem a nós mesmos...
Miwky: Mas quem sabe?? A música tem dessas coisas...
Cebola: Só às vezes uma letra minha fica pronta do jeito que eu imaginei de início. Às vezes, as miseráveis tomam vida própria lá pela metade e tenho de ir refazendo, às vezes é um parto.
Batata: Já as minhas saem como se fossem feridas que estivessem cicatrizando...
Miwky: Ouvi vocês num programa de rádio, absolutamente surreal, mas queria maiores detalhes de como vcs estão trabalhando pra divulgar a banda.
Batata: Bom, fizemos o som de estréia que teve uma ótima repercursão, acabamos de fazer um excelente show com a Ecos Falsos de sampa e já tínhamos combinado que após esse show iríamos entrar em estúdio para gravar um ep com umas 5 músicas e uma puta qualiadade de som, para dai sim começar a trabalhar em cima deste material.
Miwky: E o terceiro show?? Aquele da Faculdade de Filosofia?
Batata: O da faculdade não rolou em função de um acidente que sofri.
Miwky: Nossa, tudo bem??
Batata: Estou em franca recuperação.
Miwky: Ok. Quer dizer que pra ouvir o som da berlinda, por ora, basta comparecer aos shows, não é?? Já tem música disponível pra baixar, algo assim?
Alex: Acho que apartir do cd promocional com as 5 músicas gravadas, com qualidade, faremos a divulgação.
Batata: Por enquanto só em show, mas a gravação deve demorar só mais uns 2 meses para ficar pronta.
Miwky: Como enxergam o estado atual da cena em Salvador?? Tá dando pra tocar legal?? O que tem de melhorar?
Alex: Tem que melhorar a qualidade dos equipamentos das casas de show.
Batata: Vejo hoje em dia a cena como nunca vi antes e olhe que estou ai desde os 90. Em relação a qualidade das bandas novas e não tão novas como Sangria, Retrofoguetes, Ronei Jorge e os ladrões de bicicleta, Theatro de Seraphin, ZecaCuryDamm, Cascadura...
O nível das gravações do material em CD não deve nada a ninguém e hoje alcançamos um nível de profissionalismo (som excelente em shows) que já pode ser comparado ao mesmo do Axé.
Digoo isso, pois sempre se falou que o Axé-music sempre foi profisisonal e o rock era sempre na tora, garagem... Estamos procurando ser assim desde o show de estréia e vamos continuar só fazendo show quando tivermos a garantia que o som vai ser realmente de 1ª qualidade.
Digoo isso, pois sempre se falou que o Axé-music sempre foi profisisonal e o rock era sempre na tora, garagem... Estamos procurando ser assim desde o show de estréia e vamos continuar só fazendo show quando tivermos a garantia que o som vai ser realmente de 1ª qualidade.
Cebola: As bandas estão se preocupando mais. Não tem essa pilha de despretensão demagógica que assolava por aqui. Agora todas, ao menos as melhores, buscam sim, qualidade, profissionalismo, se não, não se destaca. Acho engraçado uma certa postura comum, não só daqui de Salvador de uma galera que diz: "Ah, não tinhamos a intenção... Ah, foi sem querer". Bla bla blá demagógico, pra mim é como uma desculpa prévia, saca?
Miwky: Entendo. Gente que talvez não se acredite como banda ou que quer disfarçar a imodéstia...
Cebola: É isso. O cara bota a banda no Myspace, orkut, faz show, entrevista, divulgação, o caralho a quatro, depois vem com papo de "despretensioso" , qual é?! Então não sai da garagem, meu filho!
Alex: Eu estou na banda porque tenho intenção mesmo, de viver de música.
Miwky: E o que o público tá achando da Berlinda? Sei que foram poucos shows ainda pra auferir, mas já dá pra sentir a vibe vinda deles?
Batata: Camufladamente existem mensagens realmente positivas, tão positivas quanto as da Sangria, mas como foram apenas dois shows, é complicado perceber um verdadeiro termômetro. A recepção foi ótima.
Alex: Prefiro que façamos o cd primeiro para depois sair por ai fazendo shows, quero ver as pessoas indo para o show já cantando as nossas músicas.
Batata: Isso que Alex falou é verdade, mas já tem alguma pessoas que conhecem as nossas músicas, só por ir em ensaios e ouvir gravações bizarras que fizemos.
Miwky: E quais são as expectativas de vocês?? Quero dizer, quais são os próximos passos, com quem vcs querem tocar, onde...?
Batata: As expectativas são as melhores possíveis, queremos tocar em festivais fora daqui e divulgar esse ep fora também. Queria tocar em Berlin.
Cebola: Gravação de um cd com 3 a 4 canções e tocar ao máximo, primeiro por aqui mesmo, depois o mundo.
Alex: Por mim: SP, RJ, Curitiba, RS, Inglaterra... Não faço questão de ficar tocando para um mesmo público por 15 anos aqui nesta província e não sair disto.
Batata: Nem eu. Minha intenção com a banda também não é essa e sim tocar em outros cantos e quanto mais gente ouvir nossa música mais feliz ficaremos.
Miwky: E os projetos musicais e pessoais que têm em paralelo a Berlinda?
Batata: Meu projeto principal é a Berlinda. Hoje estou focado nisso. Fora isso, pretendo fazer algumas produções de festivais e shows futuramente.
Cebola: Ueba, outro produtor na área!!! Hoje também estou focado na Berlinda. Minha outra banda, a Tequilers, tá dando um tempo.
Batata: Possa crer! E continuo discotecando meus sons loucos.
Alex: Meu projeto musical é a Berlinda.
Miwky: Bom pessoas, valeu a entrevista. Considerações finais, agenda, etc... Tá com vocês a bola!
Batata: Valeu a força, marcado mesmo só temos um show em junho na Zauber. Fora isso, agora é só ensaio e concentração para gravarmos nosso ep e também pra compor.
9 Comments:
Avante, Berlinda! Boa entrevista, Miwky, parabéns.
Miwky, tive uma ideia, quero falar com vc. Vou te mandar um e-mail!
êita, q esse povo aí tem cacife! boa entrevista, dona miwky!
Mas uma banda para ser conhecida!
Ótima entrevista.
Quando Pessoas Invisíveis serão entrevistados???
Essa quero conhecer.
poxa, podem participar indicando as bandas novas que vcs quiserem.
iva, querida, pessoas invisíveis abriu essa série de entrevistas. dê um saque neste link:
http://burnbahiaburn.blogspot.com/2006_03_01_burnbahiaburn_archive.html
e tb foi publicada no site do bahia rock, assim como as outras entrevistas.
galera, obrigada pelos elogios. precisam dizer onde eu devo melhorar.
assim que tiver som da berlinda pra baixar em algum canto, divulga por aqui, moça!
claro, na sequência, eduardo.
Legal a entrevista... bem descontraída... Fiquei curiosa pra conhecer a banda!
Ae Miwky, passei aqui para comentar da banda o vestido preto de Valentina, sou fa da banda, tento ir em todos os sons que eles fazem. Acho q o vestido e a melhor banda no estilo aqui da BA atualmente.
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