quarta-feira, agosto 03, 2005

Presos em paralelos
Meus pés começavam a doer ao tocar as pedras.
Tinha você o emplastro perfeito.
Tinha também mágica e mistério para outras dores minhas.
Era quando batia as fotos, prendia-me naquele quadro para sempre e eu só sabia chorar, sem o vir de lágrimas, sem ao menos mudar a expressão.
Agora não estou mais confusa, me quero mais do que ao seu sonho.
Só posso te dar o que levo nas mãos e quero de ti tudo o que traz consigo.
A sua cura me vicia, eu sei, mas já não sinto mais dor e nem vontade de tê-las.
É tudo passado, ido.
Trocamos de lugar na parede, durante aquela dança.
Nós sorrimos e ainda tem um lá, preso, sem rir ou chorar.
Expressão muda, teatro surdo.
Sabe que não sou eu e penso que aquele lá é você.